Água mole em pedra dura...

2006-02-19

Reacção do Prelado Opus Dei ao filme " O Código da Vinci"



Durante os últimos dias, chegaram-nos muitas perguntas sobre o filme baseado no romance "O Código Da Vinci". Desejamos reiterar o que já dissemos no passado dia 12 de Janeiro: não temos nenhum desejo de entrar em polémicas, não vai haver boicotes ou acções semelhantes. Continuaremos a encarar esta situação com uma atitude de transparência, serenidade e espírito construtivo.

O "Código Da Vinci" apresenta uma imagem deformada da Igreja Católica. A publicidade em volta do livro e do filme são uma boa oportunidade para mostrar a autêntica realidade da Igreja.

Na encíclica "Deus Caritas est" Bento XVI assinalou que a caridade é um traço essencial da Igreja: "é amor o serviço que a Igreja exerce para acorrer constantemente aos sofrimentos e às necessidades, mesmo materiais, dos homens" (n. 19).

Nesse sentido, pode ser um momento adequado para dar a conhecer o trabalho de serviço que, em África, os católicos realizam há muitos séculos; e para apoiar o esforço de numerosas instituições da Igreja nesse continente, que continua a ser uma das grandes emergências no mundo.

Muitas pessoas ficaram sentidas pelo pouco respeito que "O Código Da Vinci" manifesta pelas crenças dos cristãos. Gostaríamos de convidar essas pessoas a manifestar o seu inconformismo de uma forma serena e construtiva: dando a conhecer algum dos projectos de educação ou de cooperação realizados por católicos em África; ou contribuindo para o seu sustento com uma pequena ajuda. Sabemos que uma ajuda desse tipo é apenas um gesto simbólico, mas também tem um significado concreto e positivo.

"Harambee 2006" apresenta quatro projectos promovidos por católicos em África, dois deles por membros do Opus Dei. Mas há muitas outras iniciativas que merecem o apoio de todos, e não é difícil escolher uma.

Informar sobre as actividades de solidariedade dos católicos em África é um modo de conseguir que a discussão pública provocada pelo "Código Da Vinci" não se torne uma polémica estéril. É uma forma de conseguir que o debate deixe um fruto positivo: um melhor conhecimento de um aspecto essencial da Igreja Católica, e uma ajuda concreta a pessoas necessitadas.

Ao mesmo tempo, continuamos a confiar na sensibilidade da Sony-Columbia, na sua capacidade de reacção construtiva.

É fácil perceber que não basta dar ao ofendido uma oportunidade de defesa, e ao mesmo tempo manter a ofensa. Estar à altura das circunstâncias significa evitar a ofensa, quando ainda é possível.

Ainda faltam três meses para a estreia. Portanto, mantemos a esperança de que, na versão final do filme, não haja referências que possam ferir os católicos. Essa decisão seria um gesto conciliador muito apreciado, precisamente nestes momentos em que todos lamentamos as penosas consequências da intolerância.

Sony-Columbia está a tempo de dar um contributo para a concórdia, de grande importância no contexto actual: pode demonstrar que são compatíveis a liberdade de expressão e o respeito pelas crenças; pode confirmar que o respeito é um acto livre que nasce da sensibilidade, não uma consequência da censura ou da ameaça.

Tomando uma decisão conciliadora, Sony-Columbia prestaria um importante serviço para a causa do diálogo entre as culturas, e honraria a respeitável tradição dessas empresas.
© 2006, Gabinete de Informação do Opus Dei na Internet

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