Água mole em pedra dura...

2007-02-02

NÃO

No âmbito do referendo sobre a liberalização da I.V.G., muito sucintamente, digo NÂO pelas razões subejamente conhecidas que os adeptos do Não subscrevem. Mas, porque esta questão terá um impacto bem práctico na vida dos Portugueses, sobretudo dos mais desfavorecidos, há ainda um argumento que pesa muito na minha decisão.
As mulheres que abortam fazem-no normalmente porque aquela criança não daria jeito naquela altura ou porque não daria jeito ficar ligada para sempre àquele pai (porque todas as outras razões verdadeiramente de peso já estão previstas na lei).
No decurso da minha actividade profissional têm passado por mim vários casos dramáticos de crianças que ou ficaram aleijadas por estarem demasiado tempo à espera de uma operação que chegou tarde de mais ou sobrevivem com uma baixissima qualidade de vida ...; tenho testemunhado casos oncológicos que se vão complicando porque precisam de intervenção imediata, para ontem, e, no entanto, esbarram-se na lentidão do serviço público de saúde.
José Sócrates diz que se o Sim ganhar, a IVG será comparticipada...
Num país em que o serviço nacional de saúde funciona mal, e está "pelas costuras" e, fora dele, a medicina é uma negócio, não me parece sensato sobrecarregá-lo ainda mais incluindo tal prática no serviço público de saúde. Afinal, a maior parte das pessoas que a ele acorrem (e que não têm a possibilidade de ir fomentar o negócio da medicina privada), fazem-no por questões reais de saúde e muitas vezes caso de vida ou morte, e não por uma questão de dar jeito ou não.

Pong

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